Um noite vazia, um ser desperto, confissões do espírito suspensas na brisa.
A lua e as estrelas, minhas únicas cúmplices.
O mundo prossegue o seu curso, indiferente, meramente como se eu não existisse.

sábado, 23 de janeiro de 2010

A Literatura



"Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e o representar) entretêm. A primeira porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana.
Não é esse o caso da literatura. Essa simula a vida. O romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso."

Fernando Pessoa, Obras em Prosa, org. João Gaspar Simões,
vol I, 1ªed., Círculo de Leitores, Lisboa, 1987, p. 297

domingo, 17 de janeiro de 2010

"Avatar"


Devo dizer que quando soube que o filme era sobre extraterrestres torci o nariz. Essas coisas nunca me cativaram muito, mas depois de consultar alguns sites, ver alguns vídeos e falar com algumas pessoas, comecei a ganhar interesse pelo filme e quando a oportunidade surgiu aproveitei. - Devo acrescentar que a primeira vez que fui até ao cinema para ver o avatar não teve sucesso, visto que os bilhetes estavam esgotados.

O filme acabou por exceder as minhas expectativas. Bastante bom, devo dizer e com uma filosofia interessante. Gostei principalmente da relação que os Na'vi - o povo azul - mantinha com a natureza e a mensagem de respeito e preservação da mesma que foi transmitida.
Por isso, recomendo a todos este filme, mesmo que não sejam grandes fãs de filmes com coisas do espaço e extraterrestres como eu.

Chocolate amargo



Ingredientes:
250g de más vivências

125g de farinha

125g de manteiga

125g de chocolate amargo

3 ovos

Todas estas vivências adicionadas aos restantes ingredientes vão dar origem a um bolo de chocolate amargo e apetitoso que me sacia. A receita secreta que guardo só para mim e que cozinho quando a casa está só na noite fria.
Não culpo o mundo por estas vivências mal vividas, mas antes a mim mesma, pois por vezes e propositadamente, o pacote de açúcar é derramado juntamente com os restantes ingredientes, adocicando a minha receita.
O chocolate como meu refúgio do açúcar enganador.
O açúcar como o engano e a falsa esperança e o amargo como a realidade.
A amargura como protectora da esperança enganadora que me atraiçoa como um dedo forasteiro no meu bolo.
Porque o chocolate puro é amargo e não doce como a mentira confundida com a verdade.