Um noite vazia, um ser desperto, confissões do espírito suspensas na brisa.
A lua e as estrelas, minhas únicas cúmplices.
O mundo prossegue o seu curso, indiferente, meramente como se eu não existisse.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Apenas escrevo


Os números e as letras confundem-se no meu ser, num nevoeiro de sons e palavras proferidos sem sentido, contendo significados ocultos que me são desconhecidos.
O rio do meu pensamento, agora, não é mais do que um pequeno curso de água límpida que se recusa a fluir nos meus gestos e palavras.
Linhas em branco que não posso preencher sem este dom divino da escrita. Escrever… este dom que me foi dado, agora simplesmente uma sombra no meu espírito, que muito anseia por descrever tudo o que sente.
Sei que me contradigo, pois agora escrevo palavras sem vida para saciar o meu desejo. A inspiração, neste momento, não é fruto das linhas que preencho, mas algo que outrora possuía. Outrora quando os meus dedos fluíam, desenhando em palavras memórias, crenças e histórias que agora se perdem sem rasto no meu pensamento.
Escrevo porque esse é o meu dever e o meu destino... a minha vida e morte.
Escrevo em prosa, porque é nela que encontro o meu refúgio e com ela, as minhas palavras voam com maior graciosidade.
Não sou poetisa, pois muitos pensam sê-lo quando na verdade não o são, arquitectando palavras em rima. Apenas palavras sem sentido.
Apenas escrevo… não sou poetisa, não sou escritora.
Um dom dos Deuses é este que possuo e a sua vontade será o meu destino: preencher estas linhas intactas com as minhas palavras pouco sábias.