Um noite vazia, um ser desperto, confissões do espírito suspensas na brisa.
A lua e as estrelas, minhas únicas cúmplices.
O mundo prossegue o seu curso, indiferente, meramente como se eu não existisse.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O caminho da razão


O caminho da razão é um longo percurso pelos matos selvagens da existência, um caminho entre as árvores da sabedoria popular, supersticiosa e lendária. Um rumo sem fim entrelaçado e confuso onde é possível um ignorante perder-se entre a beleza das flores mais exóticas, fonte de distracção e de engano. E se não forem as flores de múltiplas cores e odores aliciantes, são as silvas com os seus espinhos aguçados que deterão aquele que ambicione a razão.
Quem sabe se não será apenas o canto enganador dos pássaros alheios e inoportunos que fará tropeçar o mais valente dos aventureiros.
Muitos são aqueles que ousam entrar no caminho da razão, alcançar a fonte da sabedoria e as respostas a todas as perguntas do ser humano. As questões que a ciência não pode explicar e que geram uma torrente de ideias absurdas e supersticiosas na mente de um ser pensante. Contudo ainda nenhum ser sensível e racional atravessou os perigos escondidos entre as árvores e arbustos traiçoeiros.
Nem o mais bravo e mais valente pode resistir às tentações do mundo e evitar perder o rasto ao caminho da razão.
Todo o conhecimento é demasiado para um homem só e por isso o caminho da razão continua a alimentar as esperanças dos mais ambiciosos, mas sempre será um mito ou lenda. Um caminho perdido algures no meio do mato com um destino infinito.
E nem o mais bravo. Nem o mais bravo pode alcançá-lo.

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